25 de ago. de 2008

Assassínio

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Os passos, agora, aumentam a firmeza, enquanto os veículos passam velozes ao meu lado. Continuo caminhando, medito metafísicas, sob a abóbada negra, pontilhada de soturnidades. O céu, como um espelho da alma, reflete o que sentimos, parece me acusar com suas estrelas a brilhar intermitentes. A cachaça cria névoa, embaça minha memória. Esqueço quem fui nas últimas horas. Agora, eu apenas sou... fruto do acaso.

O efeito do etanol começa a dissipar-se, as reminiscências vêm voltando vagarosas deixando-me inquieto, não gosto da sensação. Sinto-me prisioneiro em mim mesmo. Às vezes, saboreio um gosto de sangue mas gosto. Essas ruas repetidas é que me dão náusea