28 de abr. de 2007

Minha mente mente, me metendo muito medo

Machuca-me mesmo morena, mas malícia me mostrará melhores meios. Menina mentirosa, malandra, malvada.
Mulheres maculadas metem mais, menos, mais, menos. Malgrados merecem.
Manápulas mexem mamas meladas, Meu Milagroso, mostre-las medidas morais.
Mundo mentecapto.
Mude!
Melhore!
Mate-me!

Ka

Não desanime! A fria sombra da lápide, que a todos acolhe, se aproxima com vagar como uma nuvem negra que vem chegando silenciosamente para provocar a fenomenal tempestade em sua vidinha de merda.

19 de abr. de 2007

Não perturbe!

Que barulho insuportável de gente, carro, som, batucada, grito, cachorro, ônibus, mais gente, minha mente, professor, cliente, vida e morte.
Queria eu poder enfiar uma rolha bem grande na boca dessa velha que não pára de tagarelar. Será que ela não percebe que não é de meu interesse saber que o filho dela está comendo sua cunhada?
Alguém quer fazer essa criança fechar a matraca.
Aonde esconderam o silêncio? Debaixo do oceano, no fundo do copo? No meu ouvido que não foi. Meu tímpano é a arquibancada do Maracanã em dia de Vasco e Flamengo.
A virtude do sábio é ouvir, e ouvir hoje é um luxo, ninguém escuta mais, todos falam em uníssono causando uma balburdia opressora.
Quando ocorre uma tragédia pedem que façamos um minuto de silêncio, ora, deveriam pedir uma hora ou, por que não, um ano?
Precisamos ouvir o silêncio.

"E o que tem depois de Deus, pai?"

O que quer de mim?
Por que me aflige com este espinho na carne?
Por que não me deixa sentir paz?
Quantas vezes lhe pedi para que afastasse de mim este cálice?
Por que me perturba?
O que fiz para merecer tal castigo e perseguição?
Por que nada mais acontece?
Ainda me ouve?
O inferno é aqui?
Estou preso aqui fora?
Você tem mesmo as respostas?

17 de abr. de 2007

Clarisse


- Cansou-se deste mundo, Clarisse? Com aquelas pessoas te vilipendiando e chamando você de louca. Sendo falsas contigo, te humilhando por não compreenderem o que você faz quando se sente só e por que faz. Não querem que você ouça estas músicas e leia estes livros porque eles lhe farão mal, mas o que elas não entendem é que isso foi tudo o que restou para você nesta terra. Não se dê por vencida, reaja! Elas desejam te transformar em mais uma cópia anatemática. Você se lembra daquele menino? Dizem que foi internado por falta de atenção dos amigos, parentes e das lembranças dos sonhos que se mostraram utópicos, não deixe que aconteça o mesmo com você, pois sonhos são apenas uma vontade de ter o que desejamos e, quando você realiza seu sonho, tem que preencher o espaço dele com outro, isso nunca pára. E aquela sua amiga? Nem se sabe como ela partiu.
- À noite, Clarisse, pode-se ver o medo estampado nas faces das pessoas gerando racismo e preconceito, livre-se disso também. Não tenha medo. Venha comigo. Eu sou a sua morte e lhe quero bem.
- Esta violência exacerbada contra meninas e mulheres é a conseqüência da verdade ter sido transtornada. E o que é a verdade? Um acordo entre mentirosos, nada mais.

Quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, Clarisse sente que o anjo triste está ao seu lado. Deitada num canto do banheiro ela paga sua passagem só de ida rumo ao desconhecido, o preço são dois cortes que ela faz nos pulsos, não sente dor, apenas observa o sangue escorrendo para o ralo, sua visão começa a embaçar, o corpo começa a perder a rigidez e ela cai num sono profundo. Clarisse agora voa pelo caminho mais bonito.

12 de abr. de 2007

Monotonia Social

Sangue jorra em praças públicas.
- Bom dia!
- Dia!
As pessoas andam amedrontadas pelas ruas.
- Vai à praia hoje?
- Vou.
Crianças comem e bebem drogas.
- Que horas?
- Agora.
Políticos cruzam os braços.
- Posso ir contigo?
- Pode.
E nossa rotina continua imutável.

7 de abr. de 2007

“Sossegue Carlos, o amor é isso que você está vendo”.



Acordei, ouvi Mozart, e coloquei um vídeo sobre Drummond.
Quer maneira melhor para se inspirar e escrever?
Pois te digo que até alguns minutos não tinha uma motivação tal qual recebi agora.
Aquela imagem meramente distorcida pela rede invadiu minha tela, quão boa foi a surpresa, quão ruim foi a distância. Quem inventou a distância realmente não conhecia a saudade.
Ao choque daquela visão, senti como agulhas tremendo em meu baixo ventre e, à medida que observava, algo frio e quente ia subindo até o coração e ali estacionava.
Enquanto teclávamos, ela sorria mostrando marfins que iluminavam toda escuridão de minhas retinas e me levavam à luz de seus olhos castanhos-escuros.
E seus lábios, ah! Finos, quentes, lúbricos e úmidos transformariam o ser mais taciturno deste mundo no mais bem-aventurado.
Agora ela se despede com dois pontos e um asterisco.
E fica na minha memória a lembrança de seus longos cabelos.

5 de abr. de 2007

Mar

- VOCÊ NÃO ESTÁ BEM. - Quando ele disse isso senti que me olhava, não nos olhos mas além deles.
Não entendo como pude ficar tanto tempo longe de você, esta paz que sinto quando chego aqui, não sei se é melhor estar na parte verde, azul ou branca. Tudo que sei é que mesmo de longe, só observando sinto toda a minha tristeza ir embora, é maravilhoso, fenomenal, as pessoas vêm aqui para procurar coisas, eu venho aqui para me encontrar e ele sempre me ajuda.
Quando estou dentro de você é como flutuar, leve, solto, sem problemas e minha ansiedade se esvai junto com as minhas impurezas. Isso tudo é muito bom mas à realidade retorno e tudo ao meu redor parece triste, deprimente, nostálgico, monótono (detesto monotonia), depressivo é o meu modo de sentir as coisas e vê-las. Estou sempre questionando tudo e todos.
Um dia volto para lhe ver novamente.
- EU SEI, EU SEI.