10 de jun. de 2008

Anatomia de uma poesia morena


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Pernas

Dísticos verticais,
Seu destino é se cruzar.

Mão

Para nos tocar
Numa melodia,
Foi composta tão
Delicada quanto
Uma redondilha.

Boca

Como nave rósea
Me faz ascender
Ao céu onde prostro
Meu sacro desejo.

Com ela proclama
Benditos segredos
Oblados na cama.

Sopra minha nuca,
Morde minha alma,
Nina o meu jugo,
Parte minha carne

E imola a mim
Feito decassílabo
De versos partidos.
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