3 de jan. de 2008

Recomeço

Ele procurava em meio às esverdeadas colinas, cobertas por gramíneas, ora subia e olhava de cima do monte a avistar melhor todo aquele imenso campo, ora descia quando julgava ter encontrado o que procurava.
Ela ergueu os olhos para o azul celeste, fechou um pouco as pálpebras cansadas e observou o céu desejando encontrá-lo. Talvez esperasse ele descer como um cristo para salvar à humanidade, mas nada acontecia. Tudo era esperança. Nada daquilo fazia sentido, percebeu que não ia durar muito e a Raça estaria enfim extinta.
Buscou no marulho, na brisa e na vastidão do mar almejar o que era fundamental para a vivência de uma espécie que aprendeu a nadar como os peixes, voar como a águia, mas, agora, tudo isso era inútil.
Os dois se encontraram próximo ao rio, que descia sereno e constante sob e sobre a trilha pedregosa e bela, que a cada instante mais esbelto tornava-se.
O olhar vazio de um tocou o triste do outro.
Sem esperança, continuaram a essencial caça ao tesouro mais precioso que o Homem já conhecera. Subiam montanhas, entravam em igrejas, contando com o milagre, percorriam cidades inteiras, campos, serras e praias. Por todos os lugares onde passavam viam um número cada vez maior de animais, mas nenhuma pessoa.
Porém, nunca encontraram e este foi o fim da espécie que não soube aproveitar o dom supremo que havia herdado. Quem sabe o Criador transportou este fenômeno abstrato para um planeta longínquo no continuum espaço-tempo, quiçá encontrou criaturas que davam o devido valor que ele merece.
Jamais saberão onde, quando e como o Amor findou-se, mas agora não adianta mais.

11 comentários:

Anônimo disse...

Recomeço é preguiça pura...
saudações lancinantes, Adriana
www.poetisalancinante.blogger.com.br

Mésmero disse...

Não entendi, juro.

Anônimo disse...

Olá, entrei e deixei um comentário sem sentido, desculpe-me ! Eu quis dizer que recomeçar o ano dá preguiça. Mas referindo-me ao seu texto, muito bem construido, cenas claras, certas, desencontro surpreendente ao final. Belo ! Saudações lancinantes, da poetisa que acorda aos poucos das férias...bjos, Adri

Anônimo disse...

e eu que pensei que você era melhor fazendo poesia, rs
ficou incrível!

ah, eu não esqueci, você ainda me deve um texto moço ;)
beijo Lu ;*

Mésmero disse...

Brigado, Dri!


Rê,nem gostei desse conto e nem sei porque postei. rs

Esqueci seu texto não, aguarde um pouco mais!

l. p. disse...

Você diz que nem gostou desse conto, Luiz.

Vou te dizer, e desculpe se parecer arrogância, são só impressões: (a) os romantismos são pergigosos; e (b) mas você cumpriu os propósitos.

Sei lá, isso confunde os gostos.

Mésmero disse...

Agora cê me deixou confuso mesmo.

Mayara Nogueira disse...

Quer dizer que é um beatnik?

Hanne Mendes disse...

Ano novo e mais um blog de cara nova!
Gostei no novo modelo e novas cores.

É, findou-se o estoque de amor, e agora?

Bjs.

l. p. disse...

Ô, Luiz. Tem uma postagem lá no meu blog que gostaria que divulgasse.

Não costumo pedir essas coisas, mas é uma coisa que precisa de gente pra ler, mais do que meu blog precisa.

Abraço já agradecendo.

Jorge Elias disse...

Tolos!

Era só descer o rio.

Um abraço,

JEN